Considerando os relacionamentos profissionais, não precisa ser especialista para afirmar que sempre existe um propósito por trás deles.

Neste sentido a interação profissional visa a um resultado que não é relativo a uma pessoa, mas, sempre, da empresa. 

E é aí que entra a figura do líder. Pois ele é responsável por manter suas equipes olhando para o propósito maior da empresa através de seus projetos. 

Porém, sabemos que ao longo do tempo existem conflitos internos que podem atrasar o alcance dos objetivos comuns.

E neste artigo vamos ver como isso acontece e como a comunicação eficaz pode melhorar esta questão.

Quais são os maiores entraves da comunicação  para a conquista dos objetivos.

São vários aspectos internos que causam problemas pela comunicação. E mais especificamente através de padrões que vão se formando ao longo do tempo na sutil estrutura interna da empresa.

Um deles é muito conhecido da maioria dos brasileiros e odiado por quase todos.

A Burocracia. 

Mas, o que a burocracia interna tem a ver com problemas na comunicação? 

A resposta é simples: Acontece que, no vai e vem dos papéis, a comunicação só serve para manter a norma do processo burocrático e nada produz de resultados efetivos. 

Isso causa uma certa aflição naqueles que são alvos dela. Eles sentem que seu trabalho não acontece e isso gera lentidão em outros processos que dependem do desentranhamento da papelada. Soma-se a isso a necessária paciência para o vencimento dos prazos relacionados com a liberação de autorizações, ordens e aprovações.

Mais do que apenas formalização da comunicação para a manutenção do processo burocrático é o distanciamento no contato real entre as partes interessadas no objetivo final da empresa que vai minando as energias ao longo do tempo . Quando é o papel que faz a relação, forma-se uma ponte frágil, que nem sempre deixa uma das partes satisfeita, pois se sente desprivilegiada.

A solução não é apenas reduzir a papelada ou agilizar os prazos, mas aproximar as partes chamando cada participante para o diálogo produtivo. Mantenha os papéis cruciais para a manutenção dos registros e normas internas, mas não entrave os processos por causa deles. Lembre-se, o papel aceita tudo, mas o olho no olho faz a diferença.

Morosidade na resolução de problemas e solicitações.

Tem coisa mais chata que ficar recebendo negativas e desculpas para suas solicitações?

Parece que em algumas empresas isso acabou virando rotina e até uma filosofia interna. 

Por que não resolve logo? Por que ficar adiando a solução? Por que fugir das demandas? Uma empresa não funciona na base das desculpas. É importante lembrar que os concorrentes estão sempre em nosso encalço. 

Quando as desculpas se repetem, é possível que algo não está sendo visto. Por exemplo, aquela máquina que sempre quebra do mesmo jeito. E sempre é feito o mesmo tipo de conserto para logo depois quebrar novamente do mesmo jeito. Será que isso não está pedindo um novo olhar para o problema?

Às vezes basta um novo ponto de vista. E isso pode ser resolvido chamando os envolvidos direta ou indiretamente com a questão para um conversa franca e objetiva. 

Quando juntamos gente em torno de uma questão sempre surgem novas ideias e pontos de vista que ajudam na resolução de problemas crônicos ou persistentes.

Não se deve deixar uma única pessoa com a decisão para tudo o que sai do padrão da empresa. É muito positivo estabelecer equipes de resolução de problemas para estes casos. Grupos de discussão podem ser muito benéficos para aplacar situações problemáticas com agilidade. Você tem uma equipe para isso na empresa?

Quando a empresa se volta para a solução de problemas e não para a manutenção das desculpas, ela ganha um novo padrão de comunicação. É este novo discurso que vai demonstrar que a empresa se tornou mais ágil e assertiva.

Liderança centralizadora e ultrapassada.

No terceiro milênio ainda tem muita empresa cuja relação entre os níveis hierárquicos parece estar congelado desde o início da revolução industrial. 

Isso não é mais aceito em nenhuma situação. 

Eu me lembro de empresários relativamente jovens afirmando que seus funcionários tinham que ser tratados na base do chicote, caso contrário as coisas não aconteciam na empresa.

Eu até consegui entender seus argumentos. O que eu não consegui ver foi um perfil moderno de liderança. 

Os colaboradores têm muito a cara do seu líder, ou como no caso acima, do chefe.

Eu mesmo já trabalhei em empresas onde o dono era extremamente grosseiro com seus funcionários, tinha comportamentos de deboche com eles, brincadeiras preconceituosas e ainda mantinha em uma das diretorias um de seus filhos, que era altamente desrespeitoso, narcisista e temerário. Pedi as contas no primeiro conflito.

Este é, provavelmente o pior dos quadros em relação aos problemas de comunicação interna. Tem muita empresa que dá lucro com esta estrutura, mas a saúde mental do quadro de colaboradores é caso para ser estudado por uma grande equipe de psiquiatras. 

O brasileiro é muito versátil e flexível. Sabemos que nos moldamos com certa facilidade a diversas formas de relacionamento. Mas, isso não significa que todas as formas de relacionamento são saudáveis. Nem para os indivíduos e nem para a empresa como um todo. 

O que falta para termos relacionamentos saudáveis e duradouros são valores dignos de serem defendidos no ambiente de trabalho.

A comunicação de qualidade é a demonstração de uma conduta baseada em valores.

Quando uma empresa estabelece seu planejamento estratégico, os valores são escolhidos justamente para expressar sua forma de ser diante do mercado. Todos devem seguir essa estratégia como uma forma de identidade e diferenciação. 

Por isso, uma empresa até pode ter a cara do dono, desde que ele também se posicione adequadamente em relação ao planejamento estratégico da empresa. Afinal de contas, uma empresa produz o resultado dos esforços de todos e não apenas de um só. 

E a comunicação vai acabar refletindo estes valores também. 

A comunicação demonstra muito as características internas de quem fala. 

É muito bom quando você conhece uma empresa primeiramente pelo marketing e ao ser atendido pessoalmente sente que a linguagem está toda alinhada com a propaganda que te atraiu. É assim que tem que ser. 

Por isso, se a sua empresa ainda não tem um planejamento estratégico com o estabelecimento de valores e princípios, já passou da hora de fazer.

Para finalizar, lembre-se que não basta ter um P.E. bem feito; é necessário criar um plano de implantação do mesmo. 

Para estas etapas e principalmente para e melhoria da comunicação interna, conte comigo.

Sucesso!

Sidnei Miranda

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